terça-feira, 10 de abril de 2012

O mito da caverna contemporâneo


- Ei! Vamos sair da caverna? Acabei de construir uma ferramenta que me ajudou a quebrar os grilhões que estavam me prendendo e posso te soltar também!

- Não sei...tenho medo! Aquelas coisas que a gente vê na parede não parecem ser do bem!

-Eu vou!

E saiu da caverna enfrentando todas as dificuldades até chegar num lugar muito claro e com muito barulho. Os olhos doíam muito e os ouvidos, acostumados ao silêncio da caverna não acharam nada bom o barulho que se ouvia do lado de fora. Mesmo assim, seguiu o caminho das pessoas que andavam de um lado para o outro. Observava o povo correndo de um lado para o outro, carros e motos disputando longas filas de congestionamento e um guardinha insuportável a apitar como louco.
De repente, se viu parado em frente a uma banca de maçãs e viu que, ao seu lado, uma outra pessoa comia uma daquelas. Então decidiu pegar uma também mas foi surpreendido por um tapa na mão e um grito de "sai daqui vagabundo!" Foi aí que descobriu que teria que arrumar dinheiro para pagar pelo que quisesse consumir. Então buscou emprego e foi admitido numa empreiteira para carregar tijolos. Trabalhava 12 horas por dia e o salário demorava a chegar, as pessoas que tinham pena dele davam alguma comida e o ajudavam com roupas e sapatos (que apertavam muito os pés acostumados com a liberdade). Mas não era o suficiente. Cada dia que se passava a coisa piorava. No ônibus que pegava para chegar na obra, além da multidão que lhe pisavam os pés o pessoal vinha ouvindo funk sem fones de ouvido e ele não entendia aquele "tchum tcha!", já chegava na obra com dor de cabeça. Quando, finalmente, recebeu seu pagamento descobriu que tinha que dar grande parte do que ganhava para o governo por meio de impostos. Casou-se com uma faxineira que trabalhava perto da obra e em menos de 2 meses já era corno. Depois de aguentar essas e outras desventuras, resolveu voltar pra caverna.
Chegando lá, os outros que aguardavam por notícias do mundo exterior encheram-no de perguntas e ele, meio sem graça e sem saber o que dizer pois sua aventura tinha saído às avessas, respondeu:
- É bom, mas aqui é melhor!

Sair do lugar comum, se mexer, dá trabalho. Exige além de força física, força de vontade de querer aprender e chegar onde não seria possível dentro da caverna. Mas muitas pessoas preferem se manter na posição que estão, assentindo com a cabeça a cada mando desvairado que se apresenta em troca de migalhas que não sustentam suas necessidades. Sair da caverna é mais do que ver a luz e se mover em direção à ela. Ver todos vêem mas enxergar é que são elas! À alguns a luz traz sabedoria à outros colabora na cegueira!

domingo, 1 de abril de 2012

Não resisti!!!!!

Pensando sobre nossa situação aqui na ilha enquanto conersava com uma amiga, nos declaramos completos imbecis por pensar que fazemos alguma diferença na maneira do "povo" agir em relação à comunidade. A verdade é que ninguém faz nada sem interesses escusos. É ilusão pensar que um novo salvador virá e trabalhará em prol de alguém sem esperar nada em troca. Infelizmente não existe mais esse tipo de atitude, a não ser de modo individual, aí ainda dá pra acreditar no ser humano. Fora isso, perdi totalmente a fé em instituições que se dizem "do Bem", não vejo mais boa vontade e sim "vou me dar bem". Não fico feliz com isso mas o bom de conviver com gente egoísta e mesquinha é que a gente acaba aprendendo a cuidar primeiro da gente e o resto que se dane! Se eles não acreditam neles mesmos sou eu que vou acreditar?
É essa a nossa aparência para os que agem com interesses próprios enganando os que ainda se deixam enganar. E é assim que eu os enxergo, achando que são espertos coitados!

Erros

Das coisas que me irritam no ser humano (e olha que não são poucas!) uma das que me deixam mais boquiaberta é a capacidade do ser humano de esquecer. É impressionante a facilidade que algumas pessoas tem de "apagar" tudo o que fizeram na sua tragetória até determinado ponto e seguir como se nada tivesse acontecido. Simplesmente seguem suas vidas, falam mal das pessoas que comentem os mesmos erros que cometeram um dia, tratam mal essas pessoas, as afastam de seu convívio por serem "nocivas" à sua nova realidade e continuam vivendo como se tivessesm nascido de novo em algum momento.
Não estou aqui dizendo que devemos reviver situações, mas apagar tudo o que vivem é impossível afinal de contas a pessoa não vive sozinha, tem gente em volta que se nãoparticipou dessa vida ativamente pelo menos estava na periferia observando!
Sejamos racionais, existe isso? Dá pra fazer isso? Que borracha mágica é essa que apaga amemória dos outros e permite que as pessoas assistam caladas os desmandos de um sujo falando do mal lavado? A não ser que o crítico em questão tenha um aparelhinho daqueles dos M.I.B., não dá pra fazer as pessoas pensarem como a gente quer, pior ainda, não dá pra fazer as pessoas acreditarem em certas coisas se elas viram o contrário. É querer que os outros assinem uma procuração de idiota completo! Não dá!
Todos nós erramos um dia, todos cometemos deslizes, é da vida e serve para nos tornarmos criaturas melhores. É nosso dever nos orgulhar de nosso passado porque é por causa dele que estamos onde estamos, por pior ou melhor que seja, respondemos pelo que vivemos. Então por que esconder? Por que querer apagar? Até aí é aceitável mas por que querer fazer os outros de idiotas criticando situação que já viveu?
Tenhamos o mínimo de dignidade em reconhecer que cometemos erros que acrescentaram conhecimento em nossas vidas e nos fizeram crescer. Quem quer "apagar" o que viveu, além dos erros que cometeu, contiua no erro e, provavelmente, vai errar sempre.